Homofobia, Sem categoria

Opção

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Já viram a lua hoje? Não, eu não quero falar da lua cheia, apesar de ter sido uma notícia TOP, eu realmente não quero falar nela, isso não é uma opção caros leitores, isso é uma realidade, não me renderei a essa lua duplamente cheia, onde os cientistas discutem sobre o motivo da nomeação de lua azul, se eles não se acertaram muito bem, quem sou eu para dissertar sobre isso…

Mas já que eu falei sobre opção, você realmente sabe o significado dela? Pois bem, opção é o ato, faculdade ou efeito de optar; escolha, preferência… Eu nunca entendi porque algumas pessoas utilizam opção para tantas coisas onde não há opção:

Você não tem a opção de escolher outra família mesmo quando sente vontade de mandar a casa com todos dentro para o espaço…

Assim como, você não escolhe de quem gosta, classe social, cor, aparência estética.

Bem você não escolhe, mas as vezes parece que escolhem por nós:

Ouvia-se os gritos,

Ninguém respondeu,

Silêncio,

Era um menino conhecido,

Meu amigo,

Seu filho, irmão, vizinho…

Suas roupas foram rasgadas,

Havia sangue,

Ele não queria, claro que não queria…

Ele não teve escolha…, mesmo as pessoas falando que havia,

Mesmo que ele pedisse, ajoelhasse, clamasse, as coisas nunca mudaram.

Ele não compreendia, ele gritava, se desculpava, mesmo não fazendo nada de errado.

Fazendo tudo da forma como todos queriam, que diziam ser o certo.

Mas o que era certo?

As roupas, as falas, os gostos, tudo era controlado, ele nem sabia quem era.

Ele tentava, mas não dava certo.

Ele não sentia, não conseguia gostar.

Sentiu angustia, medo, dor…

Sentiu tudo…, menos o que deveria sentir de verdade amor.

Ele odiou até mesmo quem deveria amar,

Odiou a si mesmo por não conseguir sentir algo diferente.

Odiou as palavras de Fé direcionadas a ele,

Todos o recriminavam, tentavam o curar,

Ele não era doente,

Não veio com erro, ou rótulo de validade vencido,

Mas mesmo assim, ele pedia, da forma sempre foi ensinado: Perdão,

Ele nem sabia o porquê mas pedia, pedia para mudar, mas nunca mudava,

Ele nem ao menos pensou que talvez o errado fosse certo, e por isso nunca foi atendido.

Talvez tenha pensado…,

Talvez não tenha pensado,

Ele não aguentava, por mais que pensasse que podia ser certo, todos pensavam que era errado.

Ele se jogou, se machucou, se feriu…

E finalmente pensou que poderia viver o seu errado sem ninguém lhe dizer o que era certo.

Texto de Juliana Marques (publicado no Meu Inexplicável Mundo em 30/07/2015)

Homofobia, Opinião

Suicídio do Nós.

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De tudo restou-lhe o nada,

Restou o silencio em meio as gotas de chuva em seu telhado,

Restou-lhe conforma-se com o silêncio já quem nem suas próprias palavras ele conseguia escutar.

Mas mesmo assim gritou, não deu muito certo, estava tão deserto que o eco de sua voz o assustou…

Restou-lhe o desespero em se ver sozinho, desesperado, imerso na solidão, depois de tanto tempo não bastava apenas enxergar-se…

Ligou a televisão e viu a reprise dos dias em que as ruas estavam lotadas,

Correu na janela, mas as ruas ainda estavam vazias,

Negou-se a acreditar que nunca se importou com os que estavam ali,

as vezes nos abrigos outras no relento.

Pegou seu pequeno aparelho telefônico, seu único contato com o mundo…

Mas do outro lado da linha ninguém estava para escuta-lo.

Ligou o computador estavam todos conectados e ao mesmo tempo tão desligados,

Será que não sentiriam saudade?

Restou-lhe apenas a si e isso não bastou.

Deitou-se no chão e fechou os olhos.

Restou-lhe apenas as lembranças de um tempo de perfumes e abraços,

Um tempo sem tempo para acabar, mas que mesmo assim acabou.

Um tempo que durou mais do que uma ligação telefônica,

Ou uma conversa nas redes sociais,

Sentiu saudade do aperto, das risadas, de sentir-se quente e vivo em meio ao toque humano,

Não queria ser separado pela fria tela de um computador,

Ou pelas mensagens curtas e automáticas de um sms,

Ele queria ouvir um bom dia de novo,

E esbarrar em estranhos,

Queria paixões vivas além das manipulações de imagens,

Queria ver os rostos e toca-los,

Queria escorregar e errar sem consultar um corretor ortográfico,

Queria sentar no chão e conversar com os que ali estavam,

Queria ouvi-los e ser ouvido,

Queria a imperfeição e os desejos de uma tarde de verão,

Queria que os outros sentissem falta também…..

Texto de: Juliana Marques