
Correu,
Caiu,
Desesperou-se,
Não olhou para trás enquanto fugia,
Correu mais um pouco, não se importou se o joelho estava ralado, se estava descalça, se tudo em si doía.
Atravessou a cidade aos gritos e mesmo assim ninguém a ouvia.
Seus gritos se tornaram silenciosos, suas dores passaram a não importar, era mais uma entre tantas e tantas na rua.
Correu, quando sentia que não valia mais apena correr,
Caiu e mesmo sem ter a onde se apoiar, insistiu em levantar.
Desesperou-se porque se viu sozinha no meio de uma rua desconhecida.
Esbarrou, empurrou, ninguém se importou,
Não houveram perguntas quanto ao seu desespero,
Não houveram respostas aos seus suplícios,
Não,
Não,
Não, era uma sequencias de negações que começavam nela e terminavam do outro lado de todas as ruas pelas quais passou.
Sorriu,
Sorriu entre as lágrimas que insistiam em cair,
Riu de si mesma por ter acreditado,
Se achou culpada por tudo que aconteceu,
Mentiu, mentiu para si mesma dizendo q estava tudo bem, “não estava”.