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Entrevistando Elas I… O fantástico mundo das panelas de Andrenize.

Dias desses me questionei se eu realizei alguns dos projetos de 2017, entrevistar mulheres desconhecidas era uma desses projetos, no fim, esse foi um dos projetos que não vingaram por conta de uma preguiça inegável. Que 2018 se torne o ano das realizações e para dar início a essas realizações, vamos começar com uma entrevista realizada em agosto.

Conheço Andrenize, a entrevistada, a mais ou menos quinze anos, cursamos a segunda parte do fundamental juntas, e eu nunca a imaginei cursando gastronomia, a imaginava como advogada (altas tretas com resoluções nada suaves). Eu também não me imaginava cursando uma segunda faculdade, ainda mais uma de T.I. Quem somos e quem imaginamos ser na adolescência são duas coisas distintas.

Ela entregou seu projeto final em dezembro de 2017 e eu achava que devia no mínimo a publicação dessa entrevista para a homenagear.

Quando eu pensei nessa série de entrevistas, pensei em entrevistar mulheres desconhecidas, que eram estudantes ou haviam deixado de ser a pouco tempo, com o objetivo de mostrar esses variados ambientes de trabalho, suas visões de mundo, suas perspectivas tanto como estudantes tanto como parte do mercado de trabalho.

Andrenize que na época cursava gastronomia nos trás aquele meio termo entre o sonho e a realidade. Ela é competente, trabalha desde cedo, se encantou pela cozinha e por lá ficou (mas ela, ela não é só isso). Em meio a uma conversa nada convencional no aplicativo de mensagens, ela respondeu minhas perguntas, revelando parte do seu cotidiano como cozinheira e parte dos seus sonhos como ainda estudante.

Se deliciem com essa entrevista que deixa evidente os sonhos de todo e qualquer estudante e a realidade fática dos primeiros empregos antes do sucesso esperado. Onde se descobre que além do amor, da competência e do esforço dentro da cozinha é necessário conviver com aqueles pequenos incômodos como o machismo, a hierarquia e o jogo de poder… Cozinhar é complexo jovens, trabalhar na cozinha é ainda mais…

Nize
Acervo pessoal de Andrenize
  1. Fazer gastronomia foi uma escolha difícil? Quando você fala o que faz, a reação das pessoas é diferente do que imaginava?

sim. Pois eu imaginava ser outra pessoa, e ter outra profissão. Sonhei na adolescência ser contadora. Sim, as pessoas “julgam ” pela aparência talvez, e sim me dão outra profissão e não a minha de fato, cozinheira.  Acredito que a imagem de cozinheiro, seja uma vozinha gorducha, fofa, que cozinha muito para sua família, ou “uma mulher relaxada ” sem vaidades. E por isso talvez surpreenda as pessoas quando digo ser cozinheira rs…

  1. Você já trabalhou em alguns lugares, você acha que existe muita diferença entre o que você aprende nas aulas e a realidade de uma cozinha profissional?

Completamente diferente. Na faculdade aprendemos as técnicas, estudamos na teoria tudo típico de tal país (lugar) para conhecer profundamente aquela cultura e/ou história, para que possamos entender o prato quando for feito. Na prática (em sala de aula), fazemos tudo em pequenas quantidades para somente aprender as técnicas e como deve ser feito, seguindo as fichas técnicas e as ordens do professor. Sempre com muitos detalhes para ser perfeitos tanto cortes quanto sabor, com ingredientes originais para poder assim conhecer e levar no decorrer de sua carreira.

No mercado de trabalho, é correria, é grande quantidade, os alimentos feitos no seu preparo *mise en place . Tudo tem tempo de corte, é preciso agilidade, pensamentos rápidos, ter foco, ser objetivo se algo por um acaso der errado tem que existir um plano B de imediato.

  1. Um chef no qual você se espelha? Qual o motivo?

Não sigo, nem quero ser igual a nenhum chef. Na verdade, procuro disputar para ser a melhor. Não busco e nem tenho nenhum como exemplo.  Tenho uma inspiração, meu professor Ugo Werneck, ele é muito sábio e admiro a inteligência dele, ele possui doutorado em gastronomia. Na cozinha, o cara é quase um terrorista… Tudo e muito bem calculado, nada de desperdícios, tudo limpo. Essa é a inspiração que eu busco. Quero me formar, e ter mais a frente doutorado, e ser uma *gastróloga, que sempre terá as respostas da realidade de cada prato mundialmente falando e cultural.

  1. O que “todo mundo imagina”, mas não ocorre na cozinha profissional? O que “ninguém imagina” mais ocorre?
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Baião de dois feito por Andrenize

Todo estudante imagina que será chef de cozinha, na verdade “chef” e só um cargo normal, como engenheiro, administrador…  Imaginam que quando for para um hotel 6 estrelas ou restaurante vão direto para o fogão colocar em pratica o que aprendeu. E não. Não é assim, primeiro você é *Steward, lava a louça, lava o chão, pica os alimentos, corta os dedos, calos nas mãos, pele frágil…

O que ninguém imagina, mas ocorre, é que por mais que seja uma cozinha e tenha comida, na maioria das vezes o cozinheiro não come. Ou por falta de tempo, ou por ficar atarefado, ou por degustar tanto que se enjoa da comida.

Ninguém imagina que alimentos tão simples se tornam mágicos no prato e não acreditam simplesmente quando provam, pois sua técnica de *cocção faz muita diferença.  Ha disputa de cozinheiros para ver quem sobe primeiro para ser sub chef e querer mandar.

  1. O que te tira do sério, te desmotiva no ambiente de trabalho?

O que me desmotiva é não ter *mise en place, todo pré-preparo. O que me tira do sério é ver a cozinha um caos, bagunçada me irrita, assim como vê tudo sujo e/ou pessoas que fazem corpo mole.

  1. Já sentiu diferença no tratamento dos seus colegas por você ser mulher?

Sim a várias diferenças, porém difere de acordo com o local de trabalho. Já deram muito em cima (de mim) quando eu trabalhava em hotel, e em algumas tarefas também (sentia a diferença), por exemplo quando não aguentava pegar uma panela “meeega” grande o cozinheiro vinha e me dava aquela “mãozinha”. O machismo existe sim, e é muito chato lidar com isso, mas eu tento mostrar o meu melhor já que: “o cara se acha melhor por ser homem”. 

  1. Você acha que a ideia de que “Chefs são homens” e “cozinheiras são mulheres” existe no imaginário de muitas pessoas? Como você acha que essa ideia surgiu?

andrenizeeaspanelas.jpgEssa ideia é na verdade um mito. Chef pode ser mulher ou homem. Os homens que são machistas, não aceitam que uma mulher possa ser melhor, e que na verdade é.  Mulheres são mais rápidas e muito mais em ordem com o cumprimento de cada tarefa (risos).

Esse mito surgiu em 1756, desde a história dos padeiros, apesar de homens e mulheres fazerem pães em suas casas. Tendo relação também com a pré-história, quando o homem ia em busca da caça, e a mulher cuidava dos filhos ou plantava… Tem muito assunto dentro desse conceito, desse mito… Vários fatos do passado que contribuíram para essa cultura machista de hoje dentro das cozinhas ou em outros cargos..

  1. Existe diferença entre Chef e cozinheiro?

Chef é um cozinheiro que conseguiu o cargo “de chef”, então ele pode administrar as pessoas da/na cozinha como ele bem quiser, montar cardápio, retirar e colocar receitas.

Caso haja chef executivo, “ele manda o cardápio para o chef, e assim o chef para o sub chef, e o sub chef para o cozinheiro líder, e esse para os auxiliares (risos) ” , o cozinheiro executa as tarefas pedidas pelo seu sub chef. Isso vai depende do tamanho da cozinha, e quantas pessoas têm a sua volta.

Eu sou cozinheira (no local de trabalho) e acima de mim só tem o sub chef e abaixo de mim 2 estagiarias. (risos)… Cozinha de pequeno porte. E se fosse em um hotel eu seria a bactéria novata na brigada de cozinha mandada por todos.

  1. Qual a pior sensação que você já sentiu na cozinha? Em algum momento você já se questionou, se fez a escolha certa?

A pior sensação é com toda certeza é quando dá a hora da saída e chega aquele cliente chato, pede um prato, nesse prato ele pede um monte de frescura, “sem isso, sem aquilo, quero trocar isso por aquilo”. E ataca seriamente minha paciência.

Já me questionei se fiz a escolha certa sim, mas já trabalhei em outras profissões, tanto como vendedora ou na área da administrativa, e isso, me ataca muito mais os nervos, do que estar dentro de uma cozinha, onde eu me divirto com os cozinheiras e cozinheiros. Fogão não fala, panela também não, então não me irrita, gosto de montar pratos… É bom, legal e bonito (risos)…

  1. Qual a sensação mais compensadora de se fazer um prato?
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Arroz Maria Izabel feito por Andrenize.

Nossa, me sinto muito bem quando dizem: “Está lindo e gostoso”. A pouco tempo, lá onde eu trabalho, uma mesa com 6 pessoas, todos levantaram e bateram palmas para mim, no meio do salão, onde haviam outras mesas e outros clientes… Me elogiaram, fiquei muito feliz.

Outro dia, subiu (para o local onde fica a cozinha), um pai com o filho pequeno e curioso para conhecer a cozinha, ai o menino me viu e disse: “seu papa e muito gostoso” (risos)… E eu subi igual balão na Turquia. Criança não mente e quando gosta é porquê é bom mesmo rs…

  1. Qual a frase que você mais ouve enquanto cozinha?

“Prova aí, vê se tá bom de sal e pimenta.” Essa frase escuto mais de 100 vezes ao dia. (risos)

  1. Uma frase que tem um significado especial para seus dias na cozinha?

Nossa essa me pegou!!! “Pensar, planejar e executar.”                       

  1. Um conselho para quem escolheu essa área?

Não desista se errar, tudo se aprender se torna melhor. Viva com foco na cozinha e sempre seja realista. 

Glossário:   

*Mise en place – é uma expressão em francês, que significa “colocar no lugar”. É o ato de  deixar todos ingredientes e elementos utilizado na receita, ali do lado, prontos para serem utilizados.

*Gastróloga – Aquela que estuda ou é conhecedora da arte e da ciência culinária.

*Steward – aquele que conforme as normas do ambiente de trabalho, limpa, higieniza e organiza utensílios.

*cocção – Ato ou efeito de cozer, cozinhar.

 

Capitalismo, Crônica, escolhas, Padrão, Sem categoria

Apenas 1, 2, 3,… escolhas.

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Começo escrevendo esse texto dizendo que gostaria que o tema desse fosse outro, mas estou em uma semana muito complexa por causa de uma prova, que não, não é o ENEM, já passei dessa fase, agora estou naquele limbo eterno a procura de emprego e estabilidade.

Como eu ia falando gostaria que o tema desse texto fosse algo político, queria escrever a respeito da PEC241, da Medida Provisória que altera o Ensino, da Escola sem Partido, queria escrever a respeito de tudo isso, e de como tentam nos amordaçar enquanto nos tiram direitos, mas infelizmente não posso. Não que eu não consiga falar dessas monstruosas alterações, que tem como princípio básico diminuir o número de acessos a Universidade Pública, assim como parar o crescimento capital da população em prol de um crescimento econômico ilusório pautado na privatização.

Não eu definitivamente não vou falar disso, nem muito menos do fato do Prefeito da Minha Cidade ter sido eleito com um número inferior ao número de votos de pessoas que se pautaram na abstenção, muito menos comentarei ao fato desse candidato apoiar a PEC241. Não, eu definitivamente não quero falar mal da população que se absteve ao voto e agora fica reclamando da decisão de se ter como prefeito um senhor que diversas vezes deixou claro seus atos de intolerância.

Sabem durante boa parte da minha vida escolar me foi empregado que eu deveria escolher algo que eu gostasse para seguir como profissão, sabem qual é problema disso, eu nunca soube escolher. NUNCA!

Quando pequena eu amava rasgar os sacos plásticos da minha mãe e me imaginar uma estilista famosa que desenhava em todos os cantos seus planos para dominar o mundo da moda, minha vó até falava que um dia iria me levar no barracão da Portela para eu me enfiar no meio de toda aquela pluma e paetês que eu tanto amava, afinal quando ia na casa dela adorava ficar brincando com as fantasias velhas do meu primo. Bem ela nunca me levou na Portela, nunca conheci o processo de confecção de fantasias e não sei bem se a culpa foi dos meus pais que não deixaram ela alimentar essa “fantasia infantil”. De fato, eu ainda curto desenhar roupas para passar o estresse, assim como “as vezes” costuro algumas coisas na máquina que fica no meu quarto.

Às vezes eu fico pensando como seria se de fato eu tivesse conhecido o barracão da Portela, talvez minha vida fosse ser igual, ou talvez diferente, nunca saberei. Nessa época eu tinha umas primas que brincavam comigo, entre eu ser bruxa e modelo pop star, descobria que não existe “bruxa boazinha”, e meninas tinham que ser “boazinhas” e nem “modelo gordinha”, eu realmente preferia os sacos plásticos ao menos eles não me diziam que “eu não podia ser”. Mas nem tudo são flores, principalmente quando brincava de “lutinha” com meu irmão mais novo, altos golpes que me fizeram ganhar o rótulo de “garota-moleque”, nossa eu fui bastante rotulada quando pequena, me pergunto porque não fiz judô, boxe, karatê, sei lá, eu curtia e ainda curto esse tipo de esporte, acho que a grana na época era pouca e eu agora não tenho tempo.

O mais engraçado é que eu nunca fui uma coisa só, desde pequena, cresci entre as panelas da minha mãe e entre as ferramentas do meu pai, minha mãe é ciumenta com as panelas dela, então quando pequena eu a esperava sair, para poder inventar algo na cozinha, é claro que raramente dava certo, e mais claro ainda que isso de certa forma fez ela me manter muito longe das panelas, eu queria ser chefe de cozinha e hoje apesar de ainda colecionar receitas ainda não me sinto confiante perto das panelas.

Conforme fui crescendo fui me interessando ainda mais por uma série de coisas diferentes, ajudar meu pai tinha suas vantagens, aprender sobre carros, obras e fiação elétrica me fizeram questionar se eu deveria fazer alguma engenharia, física, sei lá alguma coisa de exatas. Mas eu não fiz, na verdade meu ensino médio, foi bem humano, fiz formação de professores em uma escola Normal Estadual, um pacote completo que me fizeram questionar como o Estado pretendia formar professores da Educação Básica, sem que o currículo fosse rico em disciplinas essenciais…?

Talvez esse fosse meu primeiro passo em humanas, se eu tive poucas disciplinas de exatas não posso dizer o mesmo a respeito das disciplinas da área da psicologia, todo ano era uma nova e isso de fato fazia meu ID enlouquecer querendo prestar vestibular para psicologia. Eu não tentei, fiz para pedagogia, a verdade é que apesar de eu amar educação, o motivo foi bem menos nobre, admito, a relação candidato vaga, era mais atraente do que em Psicologia.

Minha vida inteira eu gostava de várias coisas ao mesmo tempo e na hora do vestibular não poderia ser diferente, eram tantas questões com respostas parecidas que eu vivia um caso de amor em completa bigamia enquanto escolhia a resposta. Isso ainda acontece, nem sei como eu passo nas provas, escolher realmente é um problema grave que eu tenho.

Quando passei para Pedagogia, me vi mais uma vez filha da pública, só que dessa vez longe de todo o glamour do Ensino Médio, nesse meio tempo acabei alimentando algumas paixões antigas, a psicologia foi uma delas com toda certeza, vocês não têm ideia de como um amor mal resolvido pode acabar te machucando, você acha que sabe de tudo e quando vê, não sabe de nada. Muitos dos meus problemas, de não ter feito psicologia, foi que eu de fato, tenho um “dom” de ouvir o outro, e isso me frustra bastante, as pessoas me procuram, eu ouço e depois somem.

Me tornei o que meus amigos definem de “esquerdopata relax”, curtia defender todas as causas em todos os momentos, ao mesmo tempo em que brigava com os grupos quando agiam com infantilidade e egoísmo. Virei representante, conhecida entre os alunos, e me metia em confusões por conta disso, cogitei me mudar para as Ciências Sociais em uma visita ao 9º andar da UERJ, confesso que me ludibriei mais por causa da barba do rapaz do que as 10.000 palavras de ordem, que ele cuspia por minuto enquanto bebia um café no Centro Acadêmico, provavelmente foi nesse momento em que descobri minha vocação para “vender miçanga”.

Entre coordenar as disputas pelo Centro Acadêmico do 12º andar, que muitas vezes melavam, e uma resenha crítica eu acabei iniciando um curso técnico de Eletrotécnica, desisti do curso uns dois meses depois, os estágios da Pedagogia não me deixaram concluir, nossa doeu me despedir dos meus colegas de curso. Mas entre tantas desistências de fazer ou não fazer o processo de transferência interna na Universidade, meu computador acabou dando pau e eu descobri uma nova paixão entre tutoriais e sites com dicas de informática eu ia fazendo pequenos reparos no meu computador e nos computadores dos coleguinhas. Nada melhor do que uma nova paixão…

Cursar Pedagogia me fez nesses quatro anos perceber que eu quero dar aula, mas talvez eu não queira só isso, foi difícil admitir isso, principalmente porque segundo as leis da humanidade “você só deve ser uma única coisa nessa vida”. Cara, nem quando me relaciono eu consigo me relacionar apenas com uma pessoa, eu amo várias vezes ao mesmo tempo e é amor mesmo.

Esse ano resolvi fazer um curso de Informática com ênfase em programação, estou amando descobrir que “no mundo existem 10 tipos de pessoas, as que entendem binário e as que não entendem”, entendedores entenderam, de fato estou me divertindo enquanto armo na minha cabeça uma forma de “dominar” o mundo e ganhar uns trocados enquanto não passo em concurso público.

Por falar em concurso público tenho que admitir a ideia de passar, e fazer a mesma coisa durante longos 30 anos da minha vida vem me aterrorizando, eu quero, mas não sei se consigo, assim como não sei se consigo terminar algum dos meus intermináveis livros presos nas pastas do meu computador, nunca entenderei minha dificuldades de escrever finais, de concluir histórias, provavelmente isso deva ter alguma relação com o fato de eu muitas vezes ter dificuldade de enxergar o futuro, enxergar além pode ser bem assustador, então viva o agora.

O motivo de eu ter escrito isso é para mostrar quantas vezes cerceamos nossos próprios desejos, ou somos cerceados por nossos pais e até mesmo pelo Estado. Sabem o que me dá o maior medo nas reformas que acontecem no Ensino Médio, além de claro ter minha voz vigiada e castrada como professora? O fato de que cada vez mais os jovens têm uma leitura do mundo hipertextualizada, eles fazem muitas coisas ao mesmo tempo, de muitas formas.

Eu não fui a única a enfrentar esses dilemas, provavelmente não serei a última, se meu ensino médio fosse ainda mais restritivo em disciplinas eu seria ainda mais podada. Quanto mais se separa e desassociam as disciplinas, mas nos distanciamos do objetivo principal de ensinar. Não temos que racionalizar o ensino temos que o tornar atraente para que todos sintam que são capazes de se tornarem aquilo que quiserem, de desistirem e fazerem o que sentirem vontade.

Afinal não se ama uma única vez, se ama de várias formas, então se encantar por muitas coisas não é loucura, é só sua mente te dizendo que para você ser feliz, você tem que seguir aquilo que acredita. E daí se os números que usamos para programar não cabem dentro dos PDFs sociais que tanto lemos. O importante é viver longe das prisões que criamos para podar nossos desejos.

No fim acho que minha poligamia se estende a tudo em mim…