De repente você já nem vê
O que faz mais sentido
E me joga na cara palavras
Que fazem doer demais
(Jose Augusto Cougil / Miguel)
Para todas as pessoas que passam rápido demais por nossas vidas e nos deixam sem saber o que fazer no amanhã.
Tão rápido quanto novembro o amor passou, você se foi, e tudo acabou…
Em Janeiro nos encontramos,
Em fevereiro nos apaixonamos, eu ainda não te amava, mas gostava de como você parecia tropeçar em todas as palavras para me arrancar suspiros.
Em março seu sorriso fez meu coração parar pela primeira vez.
Em abril você me trouxe flores, me pediu em namoro e eu sorri fingindo desacreditar dos seus sonhos sobre nós.
Em maio eu te convenci de que éramos jovens demais para planejarmos um futuro,
Em junho comemoramos minha promoção e brigamos pela primeira vez sobre o sabor da pizza, eu venci a briga e descobri que gostava de te irritar só para ver seu biquinho zangado me olhando.
Em julho brigamos de verdade, não foi pelo sabor da pizza, não foi pelo jogo de futebol ou pela conta da lanchonete.
Em agosto tentamos resolver, colocamos todas as cartas na mesa, eu gritei, você gritou, nos magoamos, parecia que tudo passava por nós.
Em setembro comecei a sentir saudade de você, das suas coisas espalhadas em meu apartamento, chamei por você e nos desencontramos.
Em outubro tentamos novamente, mas não era só você, eu também não conseguia mais…
Em novembro descobri que tudo foi rápido demais, não havia mais tempo.
Procurei por você nas cobertas,
Recordei nossas fotos juntos,
Deite-me no colchão que antes era nosso,
Imaginei teu corpo espalhado nos lençóis, sua silhueta quase desnuda me recebendo,
Me lembrei da toalha molhada abandonada tantas vezes na minha cama e do seu sorriso travesso evidenciando sua proposição.
Tropecei no tempo verbal e fechei os olhos, você não estava ali, e eu ainda estava aqui, o passado passou rápido demais, eu te amei e agora amava mais as lembranças do que o que restou de nós.
Me pergunto o que deu errado, onde erramos, o que não fizemos para tudo isso acontecer…
Sinto saudades do que éramos, dos sons mais furtivos que emitimos antes de tudo acabar, antes de todas as brigas começarem.
Será que fui eu ou será que foi você…?
Eu choro de saudade, choro pelo que fomos e choro ainda mais pelo que nos tornamos.
Ainda sinto sua perna se entrelaçando na minha, o toque quase felino que suas unhas deixavam em mim, seus dedos traçando caminhos inimagináveis, ainda sinto seus pés batalhando por um espaço inexistente enquanto riamos de alguma coisa sem graça.
Se eu fechar os olhos ainda te ouço ao pé do meu ouvido, seu peito colado ao meu, o hálito quente me arrepiando nos cabelos, me prometendo o mundo. Eu não acreditava, mais ainda assim sorria, ainda me lembro de como você se surpreendia, enquanto você me roubava suspiros eu gostava de te roubar beijos, gostava de como seus olhos pareciam sorrir quando isso acontecia.
Ainda sinto teu beijo suave me arrancando do chão e me levando para lugares inalcançáveis, ainda te sinto em mim, me amando, enlaçando minha minha cintura, subindo por mim, tocando meu dorso enquanto me beijava e se afogava em prazer, ainda sinto o ritmo que você dançava, ainda sinto seu toque tão voraz enquanto me devorava.
Em dezembro eu continuei sentindo, te sentindo, te sentindo aqui, te sentindo em mim, mas pronta para recomeçar em Janeiro.