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Consumindo reflexões…

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Fonte na capa da revista…

Eu tinha dezenas de textos para terminar, mas nenhum com toda certeza me colocou tanto para pensar quanto esse, sério… Sábado em meio a oxitocina e o sono, em uma conversa que não consigo exatamente dizer como começou, eu acabei percebendo, mais uma vez, quão impulsiva sou.

Eu tenho muitos amigos/irmãos por essa vida, isso não é segredo para quase ninguém, e esse meu irmão/amigo em questão estava conversando sobre o seu futuro TCC, sabe quando você escuta tudo atentamente para não perder nenhuma palavra, foi esse o caso, um pouco por causa do sono e outro tanto porque era realmente interessante, o cara quer falar de consumo, os motivos de comprar e os motivos para as coisas existirem, ele faz curso designe, gente eu nunca pensei nisso e eu obviamente devaneei sobre isso com ele, possivelmente ele não me entendeu, eu falo meio desordenadamente quando estou animada e mais ainda quando estou com sono.

Desculpa!!!!

Em meio a muitas frases sem sentido, ditas por mim claro, eu acabei refletindo que eu sou muito impulsiva em muitos fatores, sério quando minha irmã/amiga vem assistir algum filme aqui em casa ela faz diversas anotações a respeito do filme, eu faço as sociais ou as não-convencionais, enfim, eu raramente quero saber o motivo de ter se feito aquilo, sou a “consumidora que só consome e não pensa”, Céus…, que vergonha…

Sou impulsiva,

se eu quero eu compro, se sinto fome como, se estou entediada assisto algo, se quero pensar ouço música, é simples… ou não.

Provavelmente por esse fato de só consumir sem refletir, eu realmente seja bem ruim em fazer resenhas, por mais que eu faça as devidas críticas sócias, as quais fui treinada durante quatro anos de graduação para fazer, eu ainda assim não reflito o suficiente para me sentir motivada a escrever, mesmo com os muitos links criados na minha mente durante o filme.

Não tenho a menor ideia se esse fato devesse a eu não ter paciência de assistir filmes, e menos ainda de assistir séries, e o pior é que eu admiro a forma como são produzidos o envolvimento e o comprometimento, mas quando assisto é para basicamente consumir, alimentar o lucro alheio e obviamente me divertir.

Em meio a muitas reflexões ao longo desses dias, eu acabei percebendo que para minha total felicidade eu gosto de ler, leio realmente muito rápido, porém só se a leitura me agradar, do contrário eu não consigo ler e isso me bloqueia, é isso aconteceu com alguns textos da faculdade. Mas voltando ao momento em que eu curto a leitura, quando eu gosto eu me vício, a leitura se torna uma droga tão prazerosa que eu começo a pesquisar a respeito do que eu li, ao menos isso…

Meu momento de felicidade repentina acabou no instante em que percebi, que só pesquiso a respeito do que gosto, não estou me culpando, é uma análise momentânea, afinal qual o motivo de eu querer saber a história por trás do móvel na loja? Então…, por mais que eu não tenha dinheiro para comprar o tal móvel exposto ali, eu ainda assim deveria fazer os questionamentos plausíveis para a existência dele, ou no mínimo deveria me questionar os motivos dele não estar ao meu alcance financeiro, e de não ser uma prioridade?

Quando minha irmã/amiga, Isa, assiste comigo algum filme de animação, e fala sem vírgulas, a respeito dos aspectos técnicos e criativos que cercam a obra, eu deveria me questionar o que aquilo influencia no meu entendimento da obra por inteiro, mas não, é mais fácil questionar e buscar aquilo que se encontra mais perto, ser consumidor é muito mais fácil.

Acho que quase todo mundo hoje é capaz de fazer uma crítica a Disney, mas essas críticas são por fatores diferentes, temporalidade, características sociais, características físicas e emocionais, questões de gênero, direção, fotografia, trilha sonora, dublagem, roteiro, e um monte de outras coisas, cada pessoa tem seu próprio universo dentro de si. Cada pessoa tem sua bolha que dificilmente vai ser estourada, cada vez que essa bolha estoura é um pequeno ato de revolução.

Quando começamos a questionar assuntos que antes só consumíamos, em atos impulsivos e desnorteados, deixamos de ser egoístas, ouvir os motivos do poeta para escrever a poesia, questionar o trabalho escravo na confecção do vestido, observar atentamente o desenho do diretor, contemplar a loucura do artista, questionar os testes feitos em animais.

Em meio a tudo isso eu acabei me deparando com a seguinte conexão, 13 Reasons Why é uma série produzida pela Netflix, cujo o suposto objetivo é levar ao questionamento do poder das ações de outrem em uma pessoa, são treze ações que levaram uma adolescente a cometer suicídio, é muito interessante? É, e continuaria sendo se eu não tivesse lido o livro em que a série se baseia e se não tivesse descoberto que a direção da série de forma bem desgovernada, introduziu uma série de fatores inexistentes no livro à série.

A série, antes de eu descobrir o livro já não era apenas uma série, era um produto, milimetricamente calculado e que tinha como objetivo atingir um público, mas também era uma ação pessoal e impessoal da direção, pesquisa, arte e fotografia, é uma decorrência de fatores e planejamentos, ações importantíssimas para um desenvolvimento que raramente são questionadas.

Eu não consegui assistir 13 Reasons, e quando falo isso as pessoas começam a questionar se ela é muito pesada, se eu tive algum problema emocional, começam a me olhar preocupadas, essas coisas…, mas a resposta é bem mais simples, a série que a princípio deveria promover o questionamento, anda fazendo bem mais do que isso, ela não segue o enredo do livro, tem suas próprias curvas, me feriu como leitora, e comecei a questionar os motivos, mudar um enredo para atingir um maior número de pessoas para o bem e para o mal.

É inquestionável os gatilhos que a série tem, vulgo o próprio número de telefonemas para o CVV(Centro de Valorização da Vida), afinal se houveram ligações é porque houveram gatilhos que levaram a determinados pensamentos. Não posso afirmar se o livro seria capaz de ter esses mesmos gatilhos, ou outros gatilhos, até porque eu acho o tom usado pelo autor no livro um pouco mais suave do que o que ouvi e li sobre (a série), mas é uma opinião pessoal de alguém que não é profissional da área (aliás de nenhuma área além da educação).

Fato é que metade desses questionamentos não seriam capazes se eu não tivesse questionado os motivos de tanta gente falar da série. Aliás a minha reflexão a respeito dessa como produto de consumo e lucro, em muito se dá pela própria direção, o que é um erro, eu sei…

Ser consumidor é mais fácil pelo simples motivo de sermos egoístas, só buscamos aquilo com que temos relação, eu me importo mais com pessoas do que com coisas, mas pessoas consomem e produzem coisas, se eu não penso logo não existo. Eu passo a não existir como indivíduo e passo a existir como massa, aquela que segue o fluxo, que não pensa e que compra.

Eu já disse que sou impulsiva, hiperativa e que tenho TOC, então…

Grata ao irmão reflexivoooooo

Feminismo, Filme, Filmes, Homofobia, Preconceito, Resenha, X-MEM

Uma louca analise de X-MEN Apocalipse

xmenapocalypseimaxAssistir X-MEN é sempre interessante, você nunca sabe o que te espera, eu prefiro começar esse texto não sabendo sobre como vou falar do filme. Começo dizendo que essa não era a minha primeira opção, mas a sala que exibiria Warcraft estava quebrada então X-MEN era o que tinha para hoje.

Vou dizer que o filme acabou me fazendo refletir mais sobre como as pessoas são hipócritas do que com o próprio filme, explicarei os motivos que me levaram a essa conclusão em instantes, para não tirar o foco da crítica, aliás se tiver com dinheiro sobrando não assista em 3D principalmente se for no Cinesystem do Shopping Via Brasil no RJ. Aliás essa rede de cinema possui ótimas promoções aproveitem, principalmente com a pessoa amada.

Por falar em pessoa amada, estamos a quatro dias do “Dia dos Namorados” e tinha um casal que iria assistir X-men na mesma sala que eu, e o que tem de anormal nisso? O casal não segurava nas mãos, apenas conversavam juntos, alguns sorrisos, brincadeiras, conversas nerdes sobre o enredo dos outros filmes de heróis que estreariam, mas nada de beijos e nem relação de afeto. Isso é muito estranho!

Imaginem-se nessa situação, você ir assistir um filme que fala basicamente sobre  Lutas contra qualquer tipo de preconceito existente no Mundo e você não poder demonstrar amor com uma pessoa por ela ser do mesmo sexo que você. Realmente é de se dá um nó em qualquer garganta.

A bilheteria de X-MEN alcança milhões de pessoas assim como as Hqs e séries animadas, mas as pessoas ironicamente são impedidas pelos mesmos fãs de demonstrar seu amor em público, de dizer um “eu te amo” de abraçar e se beijar, os dois meninos, que sentaram na mesma fileira que eu e meu irmão acabaram por finalmente se renderem ao amor, no escuro, longe dos olhos julgadores e inquisitórios, seria irônico se não estivéssemos a 53 anos do primeiro lançamento de X-MEN, as pessoas ainda são obrigadas a se esconderem em máscaras para não serem julgadas e condenadas a exclusão por outros que as veem diferentes.

Vamos ao filme meu povo!

Para os amantes de efeitos especiais a FOX não fez lá um trabalho grandioso nível Disney, mas deu para o gasto, o roteiro ao contrário do que eu pensava que seria foi bem elaborado, o que não significa que existiu sentido nele, já que se quebrou completamente a ordem cronológica da história, e se você for um amante da série tanto quanto eu, abstraia de sua mente tudo que sabe e conheceu sobre os X-MEN, sente na cadeira e assista, apenas assista e procure os símbolos comunistas embutidos pelo filme! Sim, possuem muitos, incluindo frases! Aproveite e procure também Stan Lee, quem sabe ele te convoca para a escola de Superdotados!

Alguém que vocês não devem procurar nesse filme é Wolverine, vocês só vão conseguir encontrar Logan e uma breve referência aos dias de seu passado antes de encontrar o professor Xavier.

Aos fãs que tinham alguma ilusão de vestígios da história original do Apocalipse, ou para os íntimos, En Sabah Nur, percam a esperança, não rolou as explicações esperadas para o viajante no tempo convertido em faraó, vulgo mentor de Nur, e muito menos para as primeiras manifestações de poderes do mutante, ao menos deixaram um vestígio de traição, mas sem o traidor.

Aos que sempre se perguntaram como Charles finalmente perderia os cabelos? Eles deram um jeito, no filme existiu um sentido não se preocupe, mas que passou bem longe da história original (a calvície do professor X nada mais é que, consequência de seus poderes). Mas nem só de cabelo vive nosso professor depressivo, Moira também estava presente nessa guerra, sem memória, com um filho e divorciada… ao menos no filme ela não deu “Adeus Charles, preciso de alguém como eu”.

Moira pode até preferir os carecas, mas eu curto os barbudos, nosso amado irlandês Michael Fassbender, o Magneto, agora é pai de família, amoroso e dedicado. (Roteiristas são tão criativos!) Infelizmente sabemos que a vida de Magneto não é fácil e não importa a merda que ele faça você vai querer o abraçar no final.

Já falei dos carecas, barbudos, falta os cabeludos, Alex Summers, o erro vivo (ou não) em continuidade, o Destrutor deveria ser o irmão mais novo de Scott e não o mais velho, mas veja pelo lado positivo o rapaz continua divinamente no vinho, mesmo após dez anos.

Mas se não curtir nenhum desses podem tentar o azuzinho, Noturno, aquela coisinha fofa filho da Mística, aliás isso fica subentendido, é aos que não conhecem a origem de Noturno (e gostaram do que foi dito no filme), não tentem conhecer porque vai bugar o celebro, roteiristas são pessoas malignas com papel e caneta na mão…

Falando em Mística, o que falar da Bela Raven Darkholme, (a personagem é tão maravilhosa quanto a atriz) nossa terrorista preferida que sempre salva o Mundo, seria interessante um filme que contasse a história dela, aliás Raven é Bi e isso explica o futuro envolvimento dela e da Tempestade que ficou subentendido nas cenas finais do filme, isso sim vai ser maneiro.

Se você é Fã da Ororo Munroe, vai ficar feliz, das histórias contadas a que mais coincide com os fatos mencionados na Hq é a dela, já que você verá muitas fases de Tempestade em um único filme, mostrando o quão ruim é a cronologia desse troço, então não se anime muito, só o suficiente para não chorar de raiva ao perceber os erros básicos que qualquer fã descobriria. Dica do dia foque em Nur a chamando de Deusa e fique muito feliz.

Super topo um filme dela com Pantera Negra!!!

Sabem o que eu gostei nesse filme além das mensagens de Comunismo e das mensagens de “seja você mesmo independente do que os outros pensam”? Eu gostei do protagonismo feminino! Tirando Mercúrio fruto de uma rapidinha do Magneto, todas as ações positivas do filme decorrem graças as heroínas e vilãs. O ideal de mulher é a Mística azul, que salvou humanos e mutantes, aquela que Raven tenta sempre esconder.

Mas falando sério agora, tirando “Dias de Um Futuro Esquecido” nenhum desses filmes de fato deveriam fazer parte da franquia, eles não seguem cronologia e muito menos o enredo das histórias originais, sinceramente eu acho desrespeitoso com os fãs que de certa forma cresceram lendo essas Hqs e aprendendo com elas. A impressão que dá é que eles jogam os personagens lucrativos nas histórias, capricham no surrealismo para justificar o gasto nos efeitos especiais.

Agora fiquei até com vontade de falar sobre os X-men! Aguardem!

*AH!!!! Se a pergunta que paira em sua cabeça é se esse filme faz sentido sem os outro? Sim faz sentido, não se sinta obrigado a assistir aos anteriores, porque esse roteiro é praticamente independente, ele possui sentido mesmo não tendo sentido. Mas se quiser assistir, assista aos dois últimos, principalmente ”Dias de Um Futuro Esquecido”.

* Aos que ficaram curiosos recomendo que procure por, “A era do Apocalipse”, vai te deixar com vontade de chorar quando se lembrar do filme, e olha que essa é a aparição dele no Universo Alternativo.