Sem categoria

Conjugar…

Escreva os sentimentos que não são seus…♥

Silêncio!?

Vazio, dor, angustia, medo!

Barulho…, com todas as vozes e meus medos!

O silêncio esconde tudo que eu queria viver.

O silêncio me machuca pois é vazio e o vazio é assustador.

O silêncio me lembra constantemente daquilo que tento esquecer: Meus desejos.

Desejo?

Tenho medo do que desejo.

Desejo aquilo que por vezes não posso ter.

Desejo coisas que me preencham e que ninguém entende,

Desejo saudades de amores inventados,

Desejo pedaços das brigas que não tive por frases que não falei.

Desejo as brigas que não briguei, por coisas que acredito.

Desejo aquilo que já tenho, mas que não sei como sentir.

Desejo sentir de forma diferente aquilo que existe em mim.

Sinto?

Não sinto nada além do que não queria sentir.

Sinto que não tenho espaço no mundo, e que o mundo é pequeno para mim.

Sinto o vazio por existir.

Sinto o desejo de querer estourar a bolha que me impede de voar.

Sinto aquilo que me falam.

As vezes dói na hora, as vezes depois, mas sempre dói.

Sinto o medo por tudo que sinto em mim e eu só quero que tudo pare, que tudo passe.

Querer?

Já não sei o que quero, o que sinto, o que desejo.

Quero uma pausa no tempo,

Quero me lembrar novamente do meu amor,

Quero entender onde foi que deixei de sentir e me perdi no meio de tudo em mim.

Eu quero entender o que é existir.

Amor, Ansiedade, Capitalismo, cartas, Crônica, depressão, Minhas Crônicas, Opinião, Padrão, Poesia, Sem categoria, silêncio

Armário bagunçado

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Para uma outra criança que encontrei por aí… talvez ela seja tão bruxa quanto eu.

Tudo era uma confusão.

Não sabia o que sentia, não entendia nada que acontecia, as vezes tudo que sabia era que a incerteza eram sua única certeza;

Não contava mais quantas vezes seu riso escapou ou quantas vezes suas lágrimas surgiam sem motivo aparente.

Não entendia como respirar podia ajudar, sentir a vida se esvaindo entre sua corrente respiratória nunca ajudou.

Era pesado sentir tudo aquilo entrando e saindo de dentro de si…

Contou todas as vezes que deixou cair algo importante enquanto respirava:

Deixou cair seu coração…

Deixou cair seu equilíbrio…

Deixou cair o que acreditava ser certo.

Tudo escapou naquele espaço tão pequeno que existia entre os sentimentos e o vazio.

Sentir…

Era bom sentir, sabia que vivia assim dessa forma: sentindo.

Era ruim sentir, era devastador não poder controlar o que sentia.

Tentou guardar tudo no armário, mas era muita coisa e quase nada cabia naquele espaço tão pequeno, as portas logo cederam e tudo desmoronou em cima de si.

O ar fugiu, e tudo ficou mais turvo do que costuma ser.

Se deparou com coisas que nem ousava pensar ter guardado, havia guardado realmente muita coisa.

Encontrou seus gritos escondidos no fundo do armário.

Encontrou as palavras carregadas de sentimentos que guardou por baixo de todas as tralhas desimportantes.

Encontrou as vozes, aquelas que queria esquecer, mas que não podia negar a existência, elas se multiplicavam.

Se culpou, afinal não soube guardas as coisas dentro do armário.

Se culpou porque quando olhavam para si viam aquela bagunça toda que escapava daquele espaço tão pequeno.

Se culpou porque supostamente sua bagunça havia respingado em outras pessoas.

Era estranho, complicado e inteiramente desconfortante.

Tudo que sentia era rápido e não podia controlar, não entendia muito bem como as outras pessoas escondiam tão bem tudo dentro de seus armários.

Não entendeu quando quis se enfiar por inteiro dentro daquele espaço tão pequeno e quebrado.

Respirar doía e ninguém deveria sentir dor enquanto respirava, mas nem sempre era assim.

As vezes respirar era bom, sentir todo aquele ar correndo dentro de si era confortante, era sinal de liberdade, de vida, de história.

Queria ser como o vento, livre, entrar e sair sem pedir licença.

Queria sair sem que perguntassem o motivo, queria sentir que era vida, que era a vida que existia nos outros e em si.

Queria sentir e saber o que sentir.

Preferia pontos finais á vírgulas, não gostava de criar continuação para nada, até gostava, mas se preocupada demais com tudo, pontos finais eram rápidos emergências e não precisavam de explicação.

Era difícil entender que tudo que sentia era seu, eram suas angustias, seus medos, suas alegrias e amores, tudo era seu e de mais ninguém.

Ninguém poderia engavetar o que sentia, ou guardar nos cantos do armário aquilo que não agradava por muito tempo.

Era difícil, era dolorido, era confuso, mas também era bom, afinal as vezes é bom no meio de toda aquela bagunça que desaba sobre nós descobrirmos que lá dentro também está guardado o que somos.

É bom nos reencontrarmos, redescobrirmos o que sentimos e entender ou desentender o que nos faz chorar e sorrir.