Homofobia, Opinião

Suicídio do Nós.

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De tudo restou-lhe o nada,

Restou o silencio em meio as gotas de chuva em seu telhado,

Restou-lhe conforma-se com o silêncio já quem nem suas próprias palavras ele conseguia escutar.

Mas mesmo assim gritou, não deu muito certo, estava tão deserto que o eco de sua voz o assustou…

Restou-lhe o desespero em se ver sozinho, desesperado, imerso na solidão, depois de tanto tempo não bastava apenas enxergar-se…

Ligou a televisão e viu a reprise dos dias em que as ruas estavam lotadas,

Correu na janela, mas as ruas ainda estavam vazias,

Negou-se a acreditar que nunca se importou com os que estavam ali,

as vezes nos abrigos outras no relento.

Pegou seu pequeno aparelho telefônico, seu único contato com o mundo…

Mas do outro lado da linha ninguém estava para escuta-lo.

Ligou o computador estavam todos conectados e ao mesmo tempo tão desligados,

Será que não sentiriam saudade?

Restou-lhe apenas a si e isso não bastou.

Deitou-se no chão e fechou os olhos.

Restou-lhe apenas as lembranças de um tempo de perfumes e abraços,

Um tempo sem tempo para acabar, mas que mesmo assim acabou.

Um tempo que durou mais do que uma ligação telefônica,

Ou uma conversa nas redes sociais,

Sentiu saudade do aperto, das risadas, de sentir-se quente e vivo em meio ao toque humano,

Não queria ser separado pela fria tela de um computador,

Ou pelas mensagens curtas e automáticas de um sms,

Ele queria ouvir um bom dia de novo,

E esbarrar em estranhos,

Queria paixões vivas além das manipulações de imagens,

Queria ver os rostos e toca-los,

Queria escorregar e errar sem consultar um corretor ortográfico,

Queria sentar no chão e conversar com os que ali estavam,

Queria ouvi-los e ser ouvido,

Queria a imperfeição e os desejos de uma tarde de verão,

Queria que os outros sentissem falta também…..

Texto de: Juliana Marques

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